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Há uma irresolvível disputa sobre qual é o pub mais antigo da Inglaterra, mas uma coisa é certa: eles ganharam relevância e se firmaram como uma característica cultural por causa da peste negra. É claro que beber cerveja já era muito comum, mas até então isso era feito de maneira relativamente amadora, com muitas pessoas fazendo a sua própria cerveja em casa e as alehouses sendo simplesmente casas comuns que vendiam o que sobrava do que produziam. Mas como a praga dizimou uma parcela significativa da população, o salário médio dos que sobraram cresceu mais de 250% no período. Com mais dinheiro entrando, essas pessoas começaram a demandar melhores cervejas, comidas para acompanhar etc. As alehouses e tavernas se adaptaram e, assim, nasceram os pubs como conhecemos hoje. |
Story of the weekMBA do empreendedorismo Quando Alberto Lohmann estava no ápice da sua vida profissional, exercendo um dos mais altos cargos do Bradesco, ele não se sentia completo. Pelo contrário, convivia com um desgastante stress diário. Terminava todos os seus dias com um “ufa!”. Foi aí que o homem que até então só conhecia a musculação como esporte, achou na bicicleta a solução. Mesmo tendo mais de 50 anos, ele resolveu se tornar um ciclista de longas distâncias. Mas eu não estou falando de uma voltinha no parque ibirapuera e sim provas que duram dias. Ao todo, Alberto pedalou 45 mil quilômetros nos últimos 3 anos, mais que uma volta ao mundo. No caso da sua prova mais longa, de 1200km, ela dura cerca de 75h (tempo total incluindo os “pit stops”), onde as horas de sono podem ser contadas com os dedos de apenas 1 mão. Para chegar a esse nível em tão pouco tempo, o Alberto não sabe, mas ele passou por um baita MBA do empreendedorismo. Assim como montar uma empresa, tudo começa com estratégia e planejamento. São meses de intensos treinos e preparação pensando em cada detalhe. Mas no momento que o pedal começa a girar na prova, você precisa estar pronto para mudar tudo em questão de instantes. É o que ocorreu nas diversas provas em que o Alberto enfrentou chuvas inesperadas, temperaturas acima de 40 graus ou pneus furados. Você pode ate criar cenários para esses casos, mas não sabe como o seu corpo vai reagir no dia. Vai ter que se adaptar. Assim como as empresas não sabem como o seu consumidor vai reagir a cada acontecimento e, portanto, precisam ser ágeis para se adaptar também. Uma segunda lição é estudar a rota. O Alberto cria planilhas no excel onde estima (baseado em uma série de fatores) a velocidade média e, portanto, o tempo esperado para cada trecho. Fazendo um à um ele chega na sua meta global de conclusão da prova. Em uma prova de 1000km que ele fez no Uruguai, por exemplo, estimou esse tempo em 50 horas de pedal. É exatamente o que uma startup deveria fazer para construir as suas metas, pedaço por pedaço. Sempre com embasamento. Não é um número que se tira da cabeça. E ao longo da competição, é claro, isso vai mudando. Mas o Alberto, com o seu Garmin, vai acompanhando e se adaptando. Se o pneu furou e atrasou um trecho, vai diminuir as horas de sono ou dar mais duro e compensar nos próximos. Já dizia um empreendedor nosso: “Não se muda a meta, se muda o que vamos fazer para alcançá-la”. O Alberto terminou a prova do Uruguai em 49 horas e 56 minutos de pedal. A terceira lição é conhecer o seu equipamento. A quantidade de vezes que ele troca de marcha te faria achar que ele tem um belo de um toque nervoso. Mas é o Alberto colocando a máquina para trabalhar para ele. Porque cada troca bem feita traz uma pequena eficiência que somadas se tornam significativas em uma prova longa. Quantos softwares que a sua empresa contrata e não usa nem 10% do seu potencial? Quantos equipamentos voce deixa de usar porque não sabe como fazer? E quantas coisas poderiam facilitar a sua vida e a eficiência da sua empresa e você não utiliza porque simplemente não sabe que existe? O Alberto estudou a fundo o equipamento dele. A quarta lição diz respeito ao auto-conhecimento. O Alberto sempre conviveu com secretárias e assessores o paparicando. Mas e quando ele estava no meio da prova, a noite, na chuva, cansado, sem água, com fome e com o corpo inteiro doendo? Lá era só ele. Não tinha mais ninguém. É claro que a qualquer momento ele poderia desistir. Mas isso nunca aconteceu. E no empreendedorismo é a mesma coisa. Muitas vezes o empreendedor se sente assim, abandonado, no escuro, sem ter dinheiro para pagar as contas. É uma profissão que pode ser muito solitária e desesperadora. Mas é importante ter a força que o Alberto tem e nunca desistir. A quinta lição é talvez uma surpresa depois disso tudo: Aproveite a viagem. É claro que o tempo e performance são importantes em provas como essas. Mas se for para passar por todo esse perrengue e não poder encostar a bike para tirar uma foto e apreciar, mesmo que por alguns segundos, o nascer do sol no alto da montanha, “então não tem sentido fazer nada disso” diz o Alberto. O empreendedorismo é uma atividade que consome 26 horas do seu dia e 8 dias por semana, mas é importante achar o seu nascer do sol durante o percurso. Como podemos ver, Alberto poderia ser classificado como maluco. Mas até ai muitos empreendedores também. O que eu posso te dizer é que o Alberto daria um belíssimo empreendedor. Pena que ele vai empreender em um ramo no qual a KPTL não investe. Ele vai seguir o sonho dele de ter uma vinícula no sul. Mas tenho certeza que será um baita vinho e ele terminará todos os seus dias não com um “ufa!” mas com um “oba!”. |
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