Newsletter | As tecnologias que te farão viver 200 anos
Envelhecimento é coisa do passado
Pela primeira vez na História, cientistas e empreendedores acreditam que pode existir um “elixir da vida”. Um trabalho de um pessoal de Harvard está analisando como podemos usar a terapia genética para não apenas retardar e interromper o envelhecimento, mas como podemos reverter a idade das células com a programação epigenética. Surge então a ideia incrível de que o envelhecimento é uma doença que pode ser curada. É uma loucura pensar nisso, pois vivemos muito tempo pensando no envelhecimento como algo inevitável.
A expectativa de vida ao longo da humanidade já avançou muito. Dizem que Cristo viveu até os 33 anos. Nos parece super jovem, mas foi acima da expectativa de vida do Império Romano, que era de apenas 30 anos. Esse valor se manteve por séculos, começando a crescer apenas em 1900 nos países industrializados e mantendo patamares menores no resto do mundo. Em 2019, a expectativa média global foi de 72.6 anos – um número maior do que qualquer país em 1950.
Esses aumentos de longevidade aconteceram graças à ciência, à tecnologia e aos avanços no conhecimento. Mas será que no século 21 conseguimos duplicar novamente a expectativa de vida?
Atualmente, tecnologias exponenciais como inteligência artificial, impressão 3D e sensores, bem como enormes avanços em genômica, pesquisa de células-tronco, química e muitos outros campos, estão começando a lidar com as questões fundamentais de porque envelhecemos. Embora as causas do envelhecimento sejam complexas e obscuras, as pesquisas médicas para chegar nessas respostas estão aumentando. A quantidade de ensaios clínicos, um conjunto de procedimentos de investigação e pesquisas conduzidas em seres humanos, relacionadas à longevidade, quase dobraram nos últimos anos, passando de 73 em 2012 para mais de 145 em 2018.
Um dos líderes na busca pela longevidade é Peter H. Diamandis, fundador da Singularity University. Para Peter, a grande questão não é se vamos conseguir viver mais, mas como vamos viver até os 100 anos com a mesma cognição e mobilidade de alguém de 60 anos. Podemos chegar lá eliminando doenças cardiovasculares, câncer, entre outras. Para ele, o câncer vai ser coisa do passado daqui 10 anos, e a questão vai se tornar como podemos viver 150 a 200 anos.
Uma das suas apostas para o aumento da expectativa de saúde é o sequenciamento do genoma, que pode revelar suscetibilidades a doenças anos antes dos sintomas aparecerem, permitindo que o tratamento preventivo personalizado comece mais cedo. Nas últimas duas décadas, o custo de sequenciamento do genoma humano caiu 100.000 vezes: de US $100 milhões por genoma para menos de US $ 1.000 por genoma (as estimativas atuais são de apenas US $ 300).
Uma empresa que desenvolveu a tecnologia de sequenciamento de genoma para detecção de câncer é a Grail, que a partir de uma simples coleta de sangue consegue diagnosticar mais de 50 tipos de câncer em estágios iniciais. A empresa foi fundada em 2016 e recentemente recebeu uma oferta de compra de US $ 8 bilhões da gigante da biotecnologia Illumina.
Outra tecnologia poderosa na luta pela longevidade é a terapia genética, uma tecnologia teorizada na década de 1980 que levou quase 40 anos para amadurecer. Essa tecnologia é capaz de modificar a genética das células por meio da inserção de um gene funcional dentro da célula que substituirá o gene defeituoso e promoverá a produção de proteínas corretamente, eliminando diversas doenças. Esse “transplante de genes” seria uma das forma de tratar doenças, em especial, as doenças hereditárias, como o câncer. A alteração da genética hoje ainda é polêmica, mas Peter acredita que a questão moral e ética mudará com o tempo. A ciência irá desenvolver métodos tão eficientes e baratos ao ponto que será imoral não corrigir geneticamente a doença do seu filho.
As primeiras terapias genéticas para humanos foram aprovadas pelo FDA nos EUA nos últimos anos, mas são tratamentos para doenças relativamente raras. Há uma startup interessante usando essa tecnologia para ajudar cães a terem uma vida mais saudável. A Rejuvenate Bio, que usa uma terapia genética desenvolvida no Wyss Institute em Harvard, pode tratar várias doenças relacionadas à idade em cães, como um tratamento para doença da válvula mitral, que afeta mais de 7 milhões de cachorros nos EUA. Se a terapia da Rejuvenate Bio provar ser segura e eficaz em cães, pode abrir caminho para tratamentos semelhantes para doenças comuns relacionadas à idade em humanos.
Por isso, Peter acredita que podemos de fato reverter o envelhecimento. E de acordo com ele, isso não é uma conversa para daqui 50 anos, mas para a próxima década. Será que os idosos de hoje serão os jovens de amanhã?
Tudo isso trará impactos relevantes para qualquer empreendedor que está começando seu negócio agora, independente do setor.
– Como será o impacto desse envelhecimento prolongado da população e consequentemente um maior gasto com saúde, afetando as 7 HealthTechs que temos no portfólio?
– Em um país onde 75% da população depende do sistema público de saúde, como isso vai afetar o governo e consequentemente as 4 GovTechs que temos no portfólio?
– O que isso fará com o tamanho da população e o impacto na demanda por alimentos, consequentemente afetando as 10 AgriTechs que temos no portfólio?
Tentar responder essas perguntas é o nosso trabalho. São essas respostas que te permitem antecipar as tendências e investir com sucesso. Nosso escritório é um Clubhouse sobre inovação que já existe desde 2003. Todos bem vindos para participar.