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Como criar oportunidades para mulheres em Conselhos junto a Gestoras e Fundos de Investimentos?

 

 

Por Christiane Bechara, CFO, Head de Compliance e RH da KPTL.

Nos últimos tempos, muitas iniciativas estão sendo desenvolvidas para fomentar a participação de mulheres em conselhos. Grupos formais, comitês, programas de mentoria, bem como ações afirmativas para promover a diversidade e a inclusão de mulheres. A indicação é uma importante ferramenta para se alcançar esse objetivo e o acesso a tomadores de decisão na escolha de membros de conselho, tais como presidentes de conselho, de fato pode contribuir. 

Um outro caminho a ser trilhado é a aproximação a gestoras de recursos e fundos de investimentos. Tradicionalmente, fundos de investimentos levam boas práticas de governança corporativa para suas investidas e o Conselho é um dos principais instrumentos para construí-la. Vale destacar que os fundos indicam diretamente ou têm grande influência na indicação de membros para o Conselho.

Com a queda nas taxas de juros, novos produtos estão sendo oferecidos aos investidores e especialmente o fluxo de recursos destinados à Venture Capital têm crescido muito. Muitas novas posições de conselho têm surgido e a atuação junto a esse segmento, em contatos diretos com os líderes das gestoras ou também via entidades dessa indústria, poderá trazer muitas oportunidades para mulheres. Identificar gestoras cujas teses de investimento estão alinhadas com a área de expertise da profissional pode inclusive quebrar a barreira de entrada ao primeiro conselho.

Tendo em vista os movimentos de mercado e os recentes avanços para disseminação de práticas ESG, cada vez mais, é papel das gestoras de fundos promoverem o S (social), além do E (ambiental) e do G (governança). Tais práticas contribuem para geração de valor e esse é um dos principais objetivos de um fundo ao investir. Além disso, a tendência é que não apenas os investidores cobrem essa postura de modo mais ostensivo, mas também jovens profissionais ao tomarem a decisão de trabalhar numa determinada empresa. 

Na posição de acionistas, os fundos esperam que os conselhos estejam totalmente engajados no desenvolvimento e na implementação da estratégia da empresa. Estudos já mostraram que a diversidade em conselhos traz impactos positivos ao desempenho das empresas. As mulheres contribuem, em geral, voltando-se às questões sociais e ambientais e trazendo uma visão abrangente no mapeamento e mitigação de riscos. 

Diante desse contexto, o momento é propício para a atuação das mulheres. Existe a abertura e as mulheres possuem as competências para tanto. A jornada é longa, mas com as conexões corretas podemos encurtar o caminho.