Coluna da Inseed na Revista Ecológico discute soluções para desafios de abastecimento hídrico e geração de energia.
A ameaça de crise hídrica e energética que paira sobre o Brasil, esteve em destaque nos noticiários no ano passado. Ainda que algumas questões como a falta de água em São Paulo estejam mais amenas em 2016, a escassez de recursos naturais e a busca por formas alternativas de gerar energia são desafios constantes. Nesse cenário, a inovação ambiental cumpre importante papel na busca por resoluções para tais problemas.
A partir dessa premissa, Alexandre Alves e João Pirola, respectivamente diretor e gerente de Prospeção da INSEED Investimentos, conversaram com a Ecológico sobre as soluções científicas que existem nessa linha no país e a respeito do Fundo de Inovação em Meio Ambiente (FIP INSEED FIMA), criado pelo BNDES e gerido pela INSEED, que está em busca de empresas com tecnologias que promovam a redução do impacto ambiental.
Sobre os mecanismos encontrados no país, João Pirola citou a LeakNow, criada pela Optimale. “A ferramenta utiliza inteligência artificial para detectar vazamentos e desvios em tempo real em adutoras, redes, ramais, conexões e reservatórios, e trabalha de forma integrada com os sistemas das concessionárias. Em concessionária do Campo Grande (MS), a solução conseguiu reduzir o índice de desperdício de água de 56%, em 2006, para 20%, em 2013,” afirma.
Outra empresa que busca soluções nessa linha é a CHP Brasil, que tem como um de seus focos o desenvolvimento de sistemas de cogeração. Nestes processos, a geração de energia elétrica é combinada com o aproveitamento da energia térmica desperdiçada pelo gerador, podendo alcançar até 90% de eficiência energética. Em termos práticos, o calor produzido pelo gerador, seja pela exaustão dos gases de escape ou pelo líquido de arrefecimento do radiador, pode ser aproveitado para funções como aquecimento de água de banho, vapor para processos industriais e refrigeração de ambientes.
Um dos grandes desafios do segmento é, contudo, fazer com que as tecnologias desenvolvidas nas universidades ou por pequenas empresas cheguem às grandes corporações e ao poder público já que, em geral, ainda não possuem nome e consolidação no mercado. Nesse caminho, recursos financeiros e gestão estratégica são demandas essenciais para a busca de um crescimento estruturado. A partir dessa constatação, a solução encontrada pela CHP e outros negócios em fase inicial foi a busca pelo capital empreendedor. No caso da CHP, o investimento foi feito por meio do Fundo FIMA.
“É uma das formas de captação de recursos na qual investidores, em troca de participação acionária, tornam-se sócios dos empreendedores. O Capital Empreendedor se aplica a todo empreendedor que tenha um negócio com diferencial competitivo forte, baseado em inovação, e esteja em busca de um crescimento acelerado”, diz Alexandre Alves.
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