A iniciativa é uma parceria entre a INSEED e o Tropos Lab (escola de empreendedorismo e inovação).
Nos dias 29 e 30/11 foram realizados os workshops do primeiro INBATE (Investimento de Base Tecnológica), programa que busca capacitar empreendedores e negócios de base tecnológica (hard science) para o recebimento de investimentos de fundos de capital semente. Nas próximas etapas, os participantes passam por checkpoints que vão definir os negócios que seguem no programa.
João Pirola, gerente de prospecção da INSEED, explica a origem do INBATE e aponta as principais características que os empreendedores e o negócio precisam ter ao buscar investimentos de capital semente:
“Além de termos um perfil específico de empresas que buscamos a cada fundo, os principais gaps que encontramos nas potenciais investidas que têm aderência com nossas teses, estão ligados à visão de negócio e abertura à co-construção por parte dos empreendedores.
A visão do negócio é fundamental para construir a chamada tese de investimento, que é a visão de porque e como a empresa vai se valorizar significativamente com o aporte do Fundo. Sem isso, não há investimento e é frequente que os empreendedores nos procurem com visão de resolução de problemas de curto prazo – algo que dificilmente consegue levar a empresa à mencionada valorização, que é fundamental para a operação fazer sentido para Fundo. Portanto, na hora de captar o empreendedor ter uma visão ambiciosa e, sobretudo, bem embasada de até onde e como a empresa chegará para realizar seu máximo potencial de valorização, acelera e favorece a decisão por investir.
Já a abertura para co-construção é fundamental tanto para o momento pré-captação quanto para operar a nova sociedade. Um fundo de VC geralmente é ativo nas discussões-chave do negócio, tanto para desenvolver conjuntamente qual a tese de investimento será perseguida com o aporte, quanto para a realização e acompanhamento dos planejamentos estratégicos da companhia. O empreendedor que busca apenas recurso financeiro corre risco significativo de se frustrar, pois compartilhará sua empresa com outros e deverá respeitar as regras de governança alinhadas no início. Na Inseed dizemos que a empresa deixa de ser dele, e passa a ser “do mundo”. Claro que na maior parte dos casos o empreendedor continua sendo o protagonista, mas precisa aprender a compartilhar decisões e ouvir. Frequentemente não avançamos para investir em empresas interessantes devido justamente à essa falta de desprendimento do negócio por parte do empreendedor.”